Thursday, October 29, 2009

Thrust into this Game - Part I

This week post will be different!
As you know we just release our new project, MindFlow 365. 1 year... one song per month right?
The first song was "Thrust into this Game". For our surprise, we received a story based on this song, a book comic style based on our lyrics. The story was written by Ana Recalde, also known for her amazing work on Patre Primordium .
So here it goes! Enjoy it! Oh it is in portuguese...

Part I

Carmo entrou em casa arfando. Tinha pouco tempo para levar suas coisas embora e sumir de vez daquela cidade. Mudar de país era uma boa opção também.

A luz da lua entrava branda pela janela, o suficiente para iluminar seus passos e por isso mesmo, acender a luz seria no mínimo imprudente. Chamaria atenção desnecessária.

- Com medo de algo, Carmo?

Ele olhou em volta, tinha certeza que estava sozinho até aquele momento. Precisava estar sozinho, aquela voz revelava muito mais que apenas uma presença, mas uma sentença de morte.

- Não, senhor.

- Ah, então não vai se incomodar que eu acenda a luz, não é?

- Claro que não, padrinho.

Mesmo vendo seu padrinho todas as noites por longos vinte anos, Carmo ainda se impressionava com a altivez dele. Um olhar capaz de trazer abaixo até o mais seguro dos homens.

Com a luz da cômoda acesa e a meia-luz da lua o ambiente parecia ainda mais ameaçador.

- Não vai abaixar sua cabeça, Carmo? Para que eu posso te abençoar.

- Claro, claro. Me desculpe.

O medo na voz de Carmo era evidente e perturbador.

Mesmo assim se abaixou em frente a Filipo, sem saber se o golpe seria naquele momento ou depois. Um pensamento macabro percorreu sua mente, que talvez fosse melhor acabarem logo com isso, a sofrer com a dúvida da sua punição por mais 10 minutos.

- Seja abençado.

- Obrigado, padrinho.

- Quer dizer que você ia fugir?

- Eu? Não faria uma coisa...

- Não subestime a minha inteligência, por favor.

Carmo abaixou a cabeça e decidiu não tentar fugir daquela situação e enfrentar como um homem pela última vez.

- Eu não quero morrer, Filipo. Por isso ia fugir.

- E eu seria o seu algoz?

- Agora você não subestime a minha inteligência. Se você está aqui pessoalmente, a coisa está ainda pior pro meu lado que eu imaginei.

- Isso é verdade. Eu não me deslocaria sozinho se não fosse uma coisa importante..

Filipo permanecia sentado em uma cadeira ao lado da cama de Carmo, que decidiu sentar-se também.

- E sabe porque isso é importante pra mim? Eu achei que não me preocuparia com a sua lealdade. Não com a sua. Mantive você próximo ao meu peito por muito tempo.

- Eu estava lá colocado, desde o começo. Tinha uma missão, padrinho.

-Não sou mais seu padrinho, Carmo. Não precisa mais me chamar assim.

- Certo, verdade.

Carmo sentiu o peso do costume em suas costas.

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